Após se fantasiar de liberal e rasgar a fantasia, pouco mais de uma ano antes da disputa pela reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), decidiu assumir o que sempre foi: estatista e nenhum pouco liberal economicamente falando. Depois de causar um reboliço e indicar um novo presidente para comandar a Petrobras, os onze membros do Conselho de Administração da empresa, sendo que sete são indicados pelo governo federal, irão se reunir hoje para tentar tomar uma decisão entre a cruz e a espada. Agora o discurso é: “o atual presidente sairia mês que vem”.
A brincadeira custou caro e teve impacto sobre as ações da estatal no mercado financeiro, em dois dias, a estatal de petróleo perdeu quase R$ 100 bilhões em valor de mercado. E a cereja do bolo: Bolsonaro soltou um “O petróleo é nosso”, nada mais digno para o engodo que se tornou a agenda econômica do governo, que ao fim e ao cabo, nem existe.
O novo indicado, general Joaquim Silva e Luna, que deve assumir o lugar de Roberto Castello Branco é o primeiro de quatro temas a serem debatidos pelos conselheiros. Tudo isso sob o temor de a empresar ser responsabiliza por acionistas na justiça.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já deu o tom: confirmou ontem a abertura de processo que irá investigar possíveis irregularidades no anúncio da troca de comando na estatal. Outro órgão que ensaia uma reação ao desmando do presidente é o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que também deve abrir investigação caso a estatal não consiga vender oito das suas 13 refinarias até o fim deste ano, projeto que Castello Branco vinha tocando e que agora o temor é que Silva e Luna deixe de lado.
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), em uma carta enviada â Comissão, disse que a intervenção de Bolsonaro fere a Lei das Estatais, aprovada em 2016.
Restou a claque Bolsonarista bater palma e que diria gritar “O petróleo é nosso”, como fez o chefe. Parece um partido, não vou dizer qual.
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